20 janeiro 2017

Capítulo 7



(...)


          Ficou um clima muito chato entre o jogador  e eu. Mas isso não demorou muito, já que estava escurecendo e passavam das 6 horas da tarde, resolvemos então que era hora de cantar parabéns e partir o bolo.
    Davi achou cedo, mas não quis contrariar os pais e os obedeceu. Foi tudo muito rápido, eu ajudei a servir os convidados e aos poucos eles foram indo embora. Por volta das 8, já restavam poucas pessoas. Mas ainda assim, o aniversariante tinha energia para dar e vender.
     Ele brincava com mais 2 crianças no pula-pula, dentre elas, a menininha que Nadine acompanhava na barraca de cachorro quente. Layla, se não me falta a memória.
E a empolgação que eles tinham era admirável, pois pareciam robozinhos que não tinham tomada, muito menos botão para desligar.

           -Podemos começar? -Me questionou uma moça da limpeza, em espanhol é claro, e eu assenti. Fui para próximo das poucas pessoas que ali estavam e vi que eles encerravam algum assunto.
          -Foi precipitado, pedir para que começassem a limpeza? -Perguntei.
          -Não. Já está ficando tarde mesmo. -Respondeu dona Nadine.
          -Verdade. É melhor irmos, antes que essas crianças caiam de cansaço. -Disse uma mulher, que devia ser mãe de uma das crianças, consequentemente.
            -Aqueles dali se cansarem? -Zombou o jogador. -É ruim, em.
           -Por via das dúvidas... -A mulher voltou a falar e por fim, todos os convidados, foram embora. Restando apenas a família.
          -Nem sei como te agradecer. -Dizia a mãe do Davi, aparentemente cansada. -Foi tudo muito lindo.
          -Que bom que você gostou. -Nos despedimos com um abraço.
          -Mamãe ainda não comi nenhum daqueles salgados. -Davi apontou para a mesa com os tais salgados e fez bico.
          -Depois você come filho.
           -Papai? -Ele deve ser daquelas crianças que quando não conseguem uma coisa com a mãe, recorrem ao pai. -Pede pra mamãe me deixar comer aqueles salgados?
           -Sua mãe tá cansada, filho. Olha pra cara de múmia dela. -A Carol lhe deu um tapa no ombro. -Aí! -Reclamou e gargalhou.
          -Vamos gente? -Seu Neymar apareceu ali.
          -Vamos. Mas Stella, você não vai agora?
          -Não, Carol. Vou ficar mais um pouco.
          -Tem como voltar, minha filha? -Perguntou seu Neymar, simpático e preocupado.
          -Pego um táxi, ou ligo pro meu marido. Nao se preocupe.
          -Me ofereci para leva-la, só que ela recusou, pai.
          -Por que? -Questionou seu pai.
          -É cabeça dura. -O olhei espantada. Ele nem me conhece e fala isso ao meu respeito? Que menino tosco.
          -Aceite a carona filha. Não faz bem uma garota como voce, andando sozinha pela cidade.
          -Eu sei me cuidar. Não precisa se preocupar, é sério. -Tentei convencê -lo de que não precisava da carona de seu filho.
          -Sem essa história. Você vai aceitar e ponto. -Falou autoritário mas sem ser rude. Soou como uma ordem de meu pai. -O Júnior te espera e depois te leva até em casa.
          -Mas seu Neymar, eu sou casada...
          -Seu marido conhece o Júnior e acho que não vai fazer questão por ele lhe dar uma carona.
           -Não... -Ela nem me deixou falar mais alguma coisa.
           -Sem mais. E vamos logo Carol, que a Rafaela e Nadine nos esperam no carro. Vamos! Pegue o Davi.
           -O papai não vai agora?
           -Não meu amor. Ele vai esperar a moça, pra depois deixa-la em casa. -Respondeu o avô todo carinhoso. Nem parecia o homem que me dava ordens a segundos atrás.
           -Então eu posso ficar com ele?
          -Não Davi. Vamos embora, você precisa tomar um banho e descansar.
          -Deixa Carol. Ele pode ficar e me fazer companhia. -Pedi amavelmente à ela. Como pretexto para que não me deixassem apenas com o jogador.
          -Tá bom. Mas se compota em, Davi. -Lhe deu um beijo -Mamãe te ama. -Eles foram se afastando de nós, até que desapareceram de nosso campo de visão.
            -Que tal comermos aqueles salgados, Davi? -Ele ficou todo eufórico e deu alguns pulinhos, me acompanhando até a mesa. -Não sei você, mas eu prefiro as coxinhas.
           -Eu prefiro esses daqui. -Pegou um dos inúmeros salgados que tinha sobre a mesa e começou a saborear. -O papai gosta desses. Né papai? -Ele queria o incluir na situação. -Vem papai, come também. -Lhe estendeu o salgado que dizia ser o preferido dele.
           -Claro. -Seu pai estava tão constrangido quanto eu, com a situação. -Hum... Com certeza esses são os melhores.
          -Discordo. Você ainda não provou as coxinhas. -Lhe ofereci uma, e ele a comeu. -E aí?
          -Contínuo preferindo o outro. -Ele deve ter dito aquilo só para me contrariar mesmo.
          -Desisto. Vocês não sabem o que é bom. -Ele rio, possivelmente de mim. -Cuidado não se empanturrar demais, Davi. -Saí de perto da mesa e notei o jogador vindo atrás de mim.
          -Espera! Eu queria me desculpar.
          -Esquece. Já passou. -Continuei andando até um canto do salão, onde tinham muitas fitas e balões dispersos.
          -Não. Eu fui indelicado com você.
          -Só de estar admitindo isso, percebo que não há motivos para conversarmos mais sobre o assunto.
          -Isso quer dizer que você me perdoa? -Parei de andar e comecei a juntar aquela bagunça, para facilitar o trabalho das arrumadeiras.
         -Sim. -Senti sua presença, ainda atrás de mim. -Vai ficar aí parado?
          -Eu ainda não sei como me desculpar realmente. -Bufei sem paciência, com sua insistência.
          -Bom.. Pode começar me ajudando aqui. -Ele se apressou e começou a juntar aquelas tralhas, comigo. -Podia aproveitar e me ajudar com as mesas. -Qual é gente? É claro, que eu queria me aproveitar da situação para o fazer suar pelas desculpas.
           -Tá bom. -Então ele tirou uma espécie de colete, que usava por cima da blusa e começou a juntar todos os talheres que haviam sobre as mesas. Eu admito ter ficado admirada com sua disposição em fazer aquilo, sem nem questionar. Ter topado na hora, sabe?!

       Realmente eram muitas mesas, então tivemos um trabalho puxado. Mas até que foi divertido, ver as palhaçadas que o Neymar fazia, por todo o salão, tentando divertir o filho. Acho que divertiu mais a mim, do que ao garoto.
       O fato é que por passar das 9, Davi começou a bocejar e finalmente mostrar indícios de cansaço e sono. As arrumadeiras terminaram de tirar a maior parte da bagunça, que era o nosso objetivo, e enfim eu podia fechar o lugar.
     
        Entramos no carro e Davi já dormia na cadeirinha de trás. Fui na frente, junto com o jogador e ele deu partida rapidinho, também se mostrando apressado para chegar em casa.

         -Nossa! Tô mais cansado que o Davi, que era o aniversariante.
          -Ele tem uma energia e tanto...
          -Pois é. -Um silêncio se instaurou entre nós. -Olha, desculpa de novo. Você deve ter me interpretado mal,  quando te ofereci carona e falei que gostei de você ter vindo ao aniversário.
          -Eu realmente interpretei mal, mas não devia ter falado daquele jeito com você. Acho que também devo pedir desculpas.


Júnior P.o.v.:


          Eu passei a festa inteira tentando conversar com a Stella, para me desculpar com ela (por uma coisa, que nem eu entendi direito) porém ela parecia me evitar. Então deixei pra lá.

     Só que quando íamos embora, meu pai não a deixou pegar um táxi, por conta do horário. E acabou obrigando-a a aceitar minha carona. Foi então que pude conversar com ela, tranquilamente.
     Ela já havia me desculpado, só que fui surpreendido por suas palvras:
         -Eu realmente interpretei mal, mas não devia ter falado daquele jeito com você. Acho que também devo pedir desculpas. -Ela realmente estava me pedindo desculpas? Assumindo que foi mal educada comigo? Que tipo de mulher faz isso?
          -Você tá 'zoando'?
         -Claro que não. Fui uma doida falando com você daquele jeito, sem motivos. -Todos sabemos que mulher é um bico estranho. Mas se tem uma coisa que elas são, é orgulhosas.
          -Realmente. -Com certeza ela vai dizer: "Não precisava concordar".
          -É... -Soltou um risinho. -Desculpas. -Só isso? Ela não vai tentar mostrar seu ponto de vista, nem nada? Eu estava assustado com tamanha maturidade daquela mulher.
          -Claro, você me desculpou e não há motivos para eu fazer o contrário. -Olhei-a rapidamente e voltei minha visão para a estrada.
      Logo chegamos na sua casa.  Agradeci pela belíssima festinha e nos despedimos com um beijo no rosto, o que foi surpreendente pra mim.
     Dirigi até minha casa com meus pensamentos nela. Como pode? Linda, inteligente, simpática e madura? Realmente aquele Luan é um homem de sorte. Luan! Aí meu Deus! Eu tô pensando na mulher dos outros, que horror! Tratei de mudar meus pensamentos e me concentrei no caminho até em casa.


(...)


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Desculpem não está postando todos os dias, mas é que estou decepcionada com a quantidade de comentários. Muitas visualizações e pouquíssimos comentários. 😕 Mas fazer o quê né?

P.S. Eu se fosse vocês se preparavam para o próximo capítulo. Porque vai haver uma reviravolta na trama, que vai deixar todas surpresas.

18 janeiro 2017

Capítulo 6



(...)


          Tudo estava muito bonito. Quando cheguei todos já estavam presente. Só faltava o aniversariante, junto com a mãe e o pai.
  Eu sei que estava ali como convidada, mas era inevitável não supervisionar os detalhes da festa.
   
          Na área de diversão, onde ficavam os brinquedos havia barracas com diversas guloseimas, dentre uma delas, a đe cachorro quente, que foi onde avistei dona Nadine, acompanhando uma menininha. Resolvi me aproximar.
           -Vejo que a senhora já saboreou do nosso cachorro quente. -Ela fez cara de criança que é pega fazendo coisa errada, e riu, em seguida.
          -Admito que quando vi a Layla comendo, não resisti e quis provar também. -A menininha que estava com ela, se lambuzava com seu cachorro quente. -Não se esquece de se limpar, antes de ir falar com sua mamãe. -Disse para a criança e a mesma saiu correndo para o pula-pula, já que havia terminado seu lanche.
           -As crianças estão bem agitadas.
           -Isso porque ainda são 3 horas da tarde. Deixe passar das 6, pra você ver se elas não estarão todas no colo dos pais.
          -Estão bem atrasados. -Comentei olhando para o relógio que marcava 3 e 26.
           -A Carol me disse que já estão no caminho.
           -Ainda bem, já estava achando que não teríamos aniversariante. -Ela riu e terminou seu cachorro quente.
          -Stella, querida. Eu sei que estou sendo enxerida, mas a Rafaela falou comigo sobre o que aconteceu com seu marido e você, no bar.
          -Eu quem contei à ela.
          -Eu sei que nem os conheço, mas de casamento eu entendo e queria falar com você sobre isso.
          -Pode falar. -Ela sentou num banquinho e fez gesto para que eu sentasse também.
          -Vocês estão juntos há muito tempo e isso não pode ser ignorado, é claro. -Assenti. -Devo imaginar que ele não veio com você, porque ainda estão brigados, certo?
          -Está certa. -Não sei como, mas me senti confortável em dizer a verdade, para ela.
          -Por que você não o perdoa logo e deixa esse pequeno incidente no passado?
          -Porque pra mim, não foi pequeno. Ele nunca foi de fazer aquilo, aí de uns tempos pra cá, faz coisas que estão me assustando um pouco.
          -Leva anos para se conhecer alguém, por completo.
          -Eu quem diga.
          -Vocês são um lindo casal e se amam de verdade. Não desista tão cedo.
         -Não, Nadine. Isso nunca me passou pela cabeça.
         -Que bom. Fico mais aliviada, por ver que você tem a cabeça no lugar. -Sorri sem lhe mostrar os dentes. -Estou parecendo uma enxerida mas é que eu sou assim. Não gosto de ver as pessoas boas, tristes.
         -Eu pareço triste?
         -Sim. Seus olhinhos parecem abatidos e você nem sorri mais. -Pelo jeito essa mulher é observadora. E eu não consigo disfarçar minha tristeza por estar de mal com o Luan. -Não me leve a mal, porque eu tenho as melhores intenções possíveis. -Ela pegou minha mão e eu senti que suas palavras eram verdadeiras.
          -Sem problemas, a senhora me abriu os olhos pra essa situação. Fico agradecida. -Seu celular tocou e ela disse ser a Carol.
    Eles já estavam de frente ao local. Todos bateram palmas quando viram o Davi Lucca com seus pais entrando pelo portão. Já o menininho, por outro lado, tinha um sorriso de orelha a orelha, que mal cabia no rosto.
    Eles foram cumprimentar cada convidado pessoalmente e eu fui ver como estava indo as coisas do buffet. Havia um pequeno probleminha com os refrigerantes, porque foram deixados muito tempo no caminhão e estavam um pouco quentes. Obviamente eu não deixaria servirem aquilo, correndo o risco de ofender alguma das crianças, então encomendei novos refrigerantes e pedi a alguém do buffet para me avisar quando chegassem.
    Retomei ao salão principal e fui surpreendida por alguém me cutucando os ombros, por trás. Era a Rafaela, que segurava o sobrinho nos braços.
          -Oie! -Me cumprimentou e eu sorri. -Essa é a moça que fez toda essa festa pra você, Davi.
          -É? -Ele questionou um pouco envergonhado.
          -É sim. Tem algo a dizer pra ela?
          -Obrigado. -Ele falava tão bem, que nem parecia uma criança de apenas 4 anos.
          -Por nada meu amor. -Lhe beijei a bochecha e ele ficou vermelhinho de vergonha. -E meus parabéns. -Ele se encolheu no pescoço da tia e nós rimos, com seu constrangimento.
          -Tá tudo muito lindo.
          -Graças a você, também. -Lhe dei o crédito.
          -Luan não pôde vir?
          -Estava com dor de cabeça. -Que desculpa esfarrapada. Logicamente ela deve ter entendido o que se passava.
           -Achei vocês! -Uma voz se aproximou de nós, nos chamando a atenção.
          -Mamãe... -Logo o Davi, trocou de braços.
          -Essa é a Stella, Carol. -Apertamos as mãos. -Ela é a organizadora da festa.
          -Ah! Muito obrigada pela festa. Está maravilhosa. -Ela me pareceu bem simpática.
          -A Rafaela tem culpa nisso, também. -Brinquei e elas riram.
         -Mamãe, posso comer algodão doce?
          -Claro filho. Hoje você pode. -Elas foram se afastando.
          -Vem Stella. -Me chamou a Rafaela, convidando para acompanha-las e assim eu fiz. Fomos até a área de diversão e havia dezenas de crianças correndo e se esbaldando nas barracas de guloseimas.
    Conversamos e fizemos perguntas, para nos conhecer melhor, durante alguns minutos. Até sermos interrompidas por Seu Neymar e dona Nadine.
    Todos conversávamos distraídos e empolgados, me sentia íntima daquela família. Logo em seguida, o jogador quem se juntou a nós e de repente formavámos 1 círculo gigantesco de "amigos"

          -Vocês nem sabem do que estão falando. -Disse o jogador em meio a 1 dos aleatórios assuntos, que conversávamos.
          -Desculpa atrapalhar. -Um dos garçons do buffet, apareceu ali, com seu sotaque espanhol. -Dona Stella, aquela encomenda acabou de chegar.
          -É.. Com licença. -Me retirei do círculo e acompanhei o garçom, até os fundos. -Tira todos esses refrigerantes quentes daqui, e troca pelos que vão descarregar, por favor? -Pedi ao garçom e fui pagar pelos que haviam acabado de chegar.
     Quando estava voltando ao salão, esbarrei em alguém, distraidamente.
          -Desculpa. -Pediu a outra pessoa e eu levantei meu olhar. -Eu estava procurando o banheiro. -Era o jogador.
          -Entra nessa porta aqui. -Apontei para a porta e ele me agradeceu com um sorriso. Voltei a supervisionar como estava o buffet e fui organizar a mesa com os salgados.
          -Faz mal se eu roubar um, antes dos parabéns? -Me surpreendi com o Neymar pegando um salgado.
          -Claro que não. -Ele se apoiou na mesa e saboreou o salgado.
          -Que delícia. -Ri de seu jeitinho moleque. -Que foi?
          -Nada. -Voltei a mexer na organização da mesa.
          -Obrigado pela festa.
          -Disponha. -Eu não dava importância a nossa conversa, até ele trocar de assunto.
          -Luan não quis vir?
          -Não. Estava com uma pequena dor de cabeça.
           -Hum... Desculpa. -Obviamente ele notou meu desconforto. -Mas eu fico feliz por você ter vindo.
          -É mesmo? -Questionei sem fazer questão, pelas suas intenções nas palavras.
          -É. -Percebia por alto, que ele me olhava fixamente. -Você tem como voltar?
          -Vou pegar um táxi.
          -Não precisa, eu te levo.
          -Olha, -Parei o que estava fazendo e me direcionei a olha-lo. -Eu sei que parece que o Luan não sabe me dar o devido valor e que nosso casamento pode estar em risco. Mas não está. E mesmo que estivesse, isso não te daria o direito de me jogar esse papinho.
          -Eu só te ofereci uma carona.
          -E eu estou recusando. Obrigada. -Me afastei da mesa e consequentemente, do jogador. Ele deve ter me achado uma paranoica, mas eu não iria flertar com ele. Amo meu marido e nunca daria brecha para outro homem.
      Sei que fui grossa, mas uma mulher sabe reconhecer quando estão com segundas intenções por ela. E se eu, se quer, tentasse ser simpática, iria parecer que eu estava lhe dando brechas para flertarmos.
Sou casada e sei como devo agir para com outros homens.



(...)


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Desculpem a demora. Mas estou esperando por um número de comentários, razoável. 

14 janeiro 2017

Capítulo 5



(...)


           -Você tá bem?
          -Hunrrum. -Concordou ainda olhando para fora da janela. -Acho que nunca vim nesse lado da cidade.
          -Não? Então você não sabe o que tá perdendo. Tem uma sorveteria por aqui, que faz sorvetes de sabores que você nunca imaginou na vida. É muito gostoso. -Ela me olhou rindo e eu fiquei constrangido. -Que foi?
          -Você parece uma criança falando desse jeito. -Cocei minha nuca e ri fraquinho para disfarçar minha falta de jeito. -O que mais tem por aqui que eu não sei?
          -Sei lá, tem uma parque bem irado, com uma montanha russa enorme. -Pensei mais um pouco. -Ah! Tem uma das melhores baladas que já fui na minha vida, também.
          -Então quer dizer que este é o lado divertido da cidade?
          -Mais ou menos. -Percebi que o taxista olhava para nós 2, pelo retrovisor. -Vocês moram a pouco tempo aqui?
          -O Luan mora a uns 5 anos mas eu só me mudei depois do casamento. Então faz quase 2 anos.
          -E ele nunca te trouxe pra esse lado da cidade?
          -Que eu me lembre não. -Ela tinha sua cabeça apoiada para trás, no acento do táxi, e uma postura de cansada. -Seu filho vai fazer quantos anos?
          -4.
          -Nossa! É novinho.
          -Sim. Mas cresce rápido e quando eu menos notar vai está com 14, reclamando da vida.
          -Ah isso é verdade! -Se pronunciou o taxista e nós rimos. -Se eles fossem crianças para sempre seria fácil.
          -Adolescentes são tão complicados assim? -Questionou Stella.
          -Você não faz ideia. Vai entender quando tiver um. -Respondeu o homem.
          -Ah não! Eu não pretendo ter filhos. -Acho que a reação do taxista deve ter sido a mesma que a minha: de espanto.
          -Como não? -Expressei minha surpresa.
          -Eu adoro crianças mas acho que não sirvo para o papel de mãe.
           -O que seu marido acha disso? -Obviamente o moço notou sua aliança na mão esquerda, já que a perguntou isso.
          -Deixei claro desde o início e ele sempre disse que tentaria mudar minha decisão mas até hoje isso não aconteceu.
          -Ele te ama muito então. Porque pra casar sabendo que você não pretende construir uma família... -Comentou o moço.
          -Ele sempre respeitou essa decisão minha e também eu gosto de deixar nas mãos de Deus. Se vier uma criança eu a amarei muito, mas planejar? Eu não pretendo.
          -Você vai mudar de ideia assim que vier o primeiro filho. -Me pronunciei sobre o que eu pensava daquilo. -Aquela coisinha pequena muda nossa vida de um jeito que você não consegue imaginar. É um turbilhão de sentimentos que parece não caber no peito. Sério! Não tem como te explicar.
          -Seus olhinhos brilharam, agora. -Nem notei que nós nos encaravamos olho a olho. Então logo a vergonha voltou e eu abaixei meu olhar. Ela riu fraquinho, por ter notado. -Bom... Se um dia acontecer de eu sentir essa sensação, prometo voltar aqui e compartilhar com vocês.
          -Acredite.. Um filho é a melhor coisa que pode acontecer a um casal. -Completou o moço e nós seguimos o restante do caminho conversando sobre assuntos da cidade. Estava muito bom o papo mas quase já não havia lugares para passarmos, até o endereço de Stella. Então resolvemos que estava na hora de ir para casa. -Pronto moça.
          -Obrigada seu Lúcio. Foi um prazer lhe conhecer.
          -O prazer foi meu senhorita, quer dizer: senhora. -Ela saiu do táxi e eu a acompanhei.
          -Muito obrigada Neymar. Nem sei como te agradecer, é sério.
          -Pode começar me chamando de Júnior, po.
           -Acho que não temos toda essa intimidade.
          -Mas é que Neymar fica muito formal. Parece que estão falando com meu pai, ao em vez de comigo.
          -Tá bom então. -Ela ia entrando na casa e eu me virei para voltar ao táxi. -Ei! Seu casaco. -Ela tirou o mesmo.
          -Pode ficar.
          -Claro que não. É seu. -Me entregou. -Obrigada de novo. -Sorriu e finalmente entrou na casa. Voltei ao táxi e disse meu endereço para o moço. Quando cheguei notei que os moleques não haviam voltado ainda. Tomei um banho e minha curiosidade em sentir aquele cheiro novamente, me tomou conta. Aquele casaco jogado sobre minha cama parecia me chamar, de forma que eu nem conseguia raciocinar direito. Então não resisti a tentação e aproximei meu nariz ao tecido, sentindo aquele cheiro forte e delicioso. Tão bom, que me fez suspirar algumas vezes. Não sei qual o perfume que ela usa, mas seja lá qual for, é muito bom.


Stella P.o.v.:

          Já faz alguns dias desde o vexame que o Luan fez no bar. Discutimos feio no dia posterior e já faz mais de 1 semana que não conversamos. Nem nos cumprimentamos, para ser mais exata. Mas lhe dar um gelo duro, é o mínimo que posso fazer para lhe punir por aquela cena, né mesmo?

          Nesse momento eu estou terminando os preparativos do aniversário do Davi Lucca. O Neymar disse que sua irmã quem ficaria responsável por supervisionar e escolher o estilo da festa, então ela está comigo, no salão escolhido por ela mesma.

          -Acho que essa parte dos balões poderia ficar na entrada. -Eu disse, me referindo aos balões de letras, que formavam a frase: Feliz aniversário Davi.
          -Pode ser. E essas faixas vão junto?
          -Sim.
          -Então aqui nós poderíamos colocar uma foto do Davi, do tamanho dele. Que tal?
          -Claro. Você quem manda. -Ela riu e eu anotei a mudança no tablet.
          -Você e seu marido vão vir, não é mesmo?
          -Não sei. Não estamos em um bom momento, depois daquele dia no bar. -Ela franziu a testa, como quem não entendeu o que eu disse. -Seu irmão não contou?
          -O quê? -Acho que o Neymar não quis ser inconveniente, falando da cena do Luan, para os outros.
           -O Luan bebeu esses dias e foi até o barzinho onde eu estava, quase caindo pelos cantos.
          -E o que meu irmão tem haver com isso?
         -Eu estava com uma amiga e ele com alguns amigos, também. Quando chegou, me reconheceu e foi nos cumprimentar. Acabou que todos nos juntamos em uma só mesa.
          -Então seu marido chegou e ficou com ciúmes?
          -Não. O constrangimento foi por ele estar muito bêbado e querer me beijar, naquele estado.
          -Nossa! O Juininho não me disse nada.
          -Acho que ele quis me polpar de mais constrangimento.
         -Desculpa se causei incômodo, te fazendo falar disso.
          -Relaxa. Eu quem toquei no assunto. Mas voltando a festinha: se quiserem almentar o número de convidados, pode falar que eu acrescento mais mesas.
           -Não. Já estou achando exagerado demais 51 convidados.
          -Eu imaginei que seriam bem mais pessoas, por ser o filho do Neymar Júnior.
          -Meu irmão pode ser esse jogador super famoso, mas é bem humilde. Ele gosta de simplicidade. Só fez essa festa mais elaborada porque quando se trata do filho, ele gosta de esbanjar. -Continuamos conversando mais um pouco antes de voltar aos preparativos da festa.
     Ela é encantadora, tem um jeito bem reservado mas quando pega intimidade, é muito simpática. Devo admitir que é mimada, só que não a culpo por ter a sorte de ter uma boa condição de vida, graças ao irmão. Tem mais é que aproveitar mesmo.


  • 2 dias depois

      A Rafaela e dona Nadine fizeram questão de minha presença no aniversario então eu acabei concordando em ir ao evento. Claro que em alguns casos eu sempre vou aos eventos para me certificar do sucesso, mas aniversários não exigem minha presença. Só que dessa vez vou como convidada.

      Ainda não estou de bem com o Luan, porém o chamei para ir comigo. Ele não é meu namoradinho, o qual não sou obrigada a levar para os lugares. É meu marido e tenho deveres para com ele. Só que ele quem não quis ir. Acho que está com vergonha de encarar o Neymar e eu no lugar dele, também estaria. Então estou indo para não desmarcar, porque não imaginei que fosse sozinha.




(...)

13 janeiro 2017

Capítulo 4




(...)


          Ele vinha quase que cambaleando e sua mulher tinha uma cara enfurecida sobre sua direção. Também, pudera não é mesmo? Sua situação era deplorável, e além dele mesmo, estava fazendo ela passar vergonha em público.

    Ele esbarrou em uma das mesas perto da nossa e pediu desculpas, todo enrolado. Depois se aproximou de nós, já fazendo um alvoroço por reconhecer a mulher. Nesse momento a Stella já morria de vergonha, pela falta de educação do marido.

          -Stellinha meu amor. Vem cá me dá um beijo, vai! -Tentou a beijar mas ela se levantou da cadeira, evitando-o. -Que foi amor? Vem cá! -Sua amiga também se levantou e todos nós fizemos o mesmo, por cavalheirismo. -E aí rapaziada? Tudo bom com vocês? -Ele apertou a mão dos meninos e quase caiu sobre eles.
          -Era o que me faltava. -Stella estava super desconcertada e passou a mão sobre a testa, incrédula. -Cadê o Enzo e o Carlos, Luan?
          -Não aguentaram tomar mais nenhuma. São muito fracos pra bebida. -Soltou um riso e foi irônico ele falar aquilo, naquela situação. -Agora vem cá amor! Me dá um beijo? -Ele tentou a beijar mas ela conseguiu sair de seus braços e vir para perto de mim. Coloquei-a atrás de meu ombro para evitar que ele agarra-se a força.
          -Cara, vamos sair daqui, vamos? -Tentei ser educado com ele e peguei em seu braço para o levar para fora do bar. Mas ele foi rude e me empurrou com certa hostilidade. Os moleques logo vieram pra perto de mim, para evitar uma briga.
         -Luan! Chega! -Sua mulher exclamou e saiu o puxando para fora do bar, sobre os olhares de todos que estavam ali. Logicamente eu não a deixaria sozinha.
          -Não Júnior. Não se mete na briga deles.
          -Como não Jota? Olha como ele ta? E se ele machucar ela?
          -Relaxa. Ele não faz nada com ela e também eu vou lá pra ter certeza. -Disse a Luana e começou a mexer em sua bolsa.
           -Não. A gente paga. -O Jota não a deixou abrir a bolsa. -Vai lá. Esquece isso que a gente paga. -Ela agradeceu e foi até a saída do lugar. -Que Barra!
            -É. Mas agora vamos sair daqui, porque se alguém fotografa o Juininho no meio disso tudo, vai render matéria amanhã. -Seguimos o Conselho do Gui e pagamos a conta para logo ir embora. Por sorte ninguém me pediu foto durante nossa saída e a gente conseguiu sair ilesos dali.

         Ao entrarmos no estacionamento vi a Stella com uma mão na testa e possivelmente respirando fundo. Quando me aproximei percebi que ela chorava fraquinho. Nem chamei os meninos, apenas fui em sua direção para acalma-la, se fosse preciso.
          -Tudo bem? -Ela me deu as costas e parecia limpar as lágrimas rapidamente. -Eu queria pedir desculpas por me intrometer entre vocês, lá dentro. -Ela não se virou e eu pensei que estava me ignorando.
            -Obrigada. -Sua voz saiu embargada. -Desculpas peço eu, pelo jeito que o meu marido te tratou. -Ela ficou de lado para mim e se apoiou em um dos carros que tinha ali. -Ele nunca bebeu tanto assim, não entendo o que tá acontecendo com ele.
          -Eu sei que ele é um bom homem. Vi isso em todas as vezes que ele estava sóbrio. -Ela me olhou com os olhinhos arregalados, talvez por ter se sentindo ofendida com minhas palavras. -Desculpa. Não quis dizer isso. Eu... -Ela foi relaxando de novo e eu me aproximei.
          -Sai com tanta pressa que esqueci de pagar a conta.
           -Não precisa se preocupar.
          -Claro que sim. Fomos nós, quem convidamos vocês.
          -Mas nós somos os homens. Deixe-nos ser cavalheiros. -Ela sorriu como forma de agradecimento e depois soltou uma gargalhada. -O que foi?
          -Não teria como pagar. Deixei minha bolsa no carro da Luana. -Me mostrou suas mãos vazias e ri junto à ela.
           -Sua amiga já foi?
          -Já. Não queria lhe causar mais incômodo.
          -E seu marido? -Ela respirou fundo e voltou a me olhar nos olhos.
          -Coloquei ele em um táxi. Ele que se vire para entrar em casa. -Ficamos alguns segundos em silêncio e eu admito que estava admirando a beleza daquela mulher que estava na minha frente, com os olhinhos um pouco vermelhos e os cabelos sacudidos pelo vento. Como pode alguém ser tão bonita assim?
          -Bom... E você? -Ela colocou uma mexa de seus cabelos para trás da orelha e fez uma cara de desentendida. -Como vai voltar para casa?
          -Ah sim! Não vou agora, preciso esfriar um pouco minha cabeça. -Percebi que ventava muito então abri o zíper de meu casaco para lhe oferecer. -Não precisa. -Dizia enquanto eu tentava colocar o casaco por cima de seus ombros.
          -Tá frio e você disse que não vai pra casa agora, então vai precisar. -Ela cedeu e deixou que eu a cobrice. Que perfume Jesus. Seu cheiro me embriagou mais que qualquer álcool que já bebi. -Você vai ficar aqui? -Não sei se ela notou minha falta de jeito perto dela mas acho que era nítido.
          -Não. Vou andar um pouco, depois pego um táxi.
          -Com que dinheiro? -Lhe lembrei que estava sem sua bolsa e ela sorriu envergonhada.
          -Verdade.
          -Quer meu celular para ligar pra alguém?
          -Eu só sei o número de três pessoas: da minha mãe, que mora no Brasil e não vai poder me ajudar; do Luan e o meu, que acabou indo junto com o Luan no táxi. -Bufou de um jeito tão bonitinho que eu tive que rir.
          -Acho que posso te pagar um táxi... -Sugeri, com receio dela se sentir ofendida com minhas intenções.
          -Não. Seria abusar de sua boa vontade.
          -Claro que não. Vem, que eu te levo até o ponto de táxi. -Ela parecia pensar na proposta. -Dá pra você ir esfriando a cabeça até la.
         -Tá bom. -Ela resolveu me acompanhar e nós saímos daquele estacionamento.

Ligação P.o.v.:

          -Cadê você NJ?
          -Eu tô aqui perto do bar.
          -Fazendo o quê?
          -Dando uma volta.
          -Hum... -Disse malicioso. -Tá com mulher né? Já entendi. -Ri de seus pensamentos.
          -Não é nada do que você ta pensando irmãozinho.
          -Relaxa. Vou ficar calado, mas se cuida em...
          -Tá bom Gil. -Não quis discordar para evitar prolongar aquela ligação.
           -Tu dá teu jeito pra voltar pra casa?
           -Claro.
           -Certo. Valeu.
           -Valeu.

Ligação off


          -Seus amigos acham que você está com alguma garota?
          -É. Mas não deixa de ser verdade né? -Ela sorriu e 2 caras passaram por nós a secando com o olhar. Estavam tão distraídos olhando para ela que não perceberam que tinha alguém ali do seu lado, que no caso era eu.'
    Ela notou e vestiu meu casaco por completo. Fechando até o zíper do mesmo.
          -Me desculpa pela cena que o Luan fez, no bar.
          -Não precisa. Você não teve culpa. -Ficamos em silêncio e logo chegamos no ponto, esperei que um táxi passasse e o chamei para ela.
          -Como você vai voltar pra sua casa?
          -Vou pegar outro táxi.
          -Porque não vamos no mesmo? Afinal, nossas casas são em condomínios quase vizinhos.
          -Pode ser. -Eu me sinto constrangido perto dela, mas ao mesmo tempo gosto disso. Sei que estou falando de uma mulher casada, só que sejamos verdadeiros: ela chama a atenção de qualquer homem. É impossível não vê-la com segundas intenções. Mas eu estava a acompanhando com todo o respeito que tenho por ela e pelo Luan. Só que meus pensamentos eu não controlo, né mesmo?
     Entramos no táxi e ela disse o endereço, lembrei que ela queria espairecer antes de ir pra casa e que nossa caminhada do estacionamento até o ponto foi muito curta, não deve ter dado tempo dela nem se quer esquecer do ocorrido.
            -Pode fazer o caminho mais longo. -Pedi ao motorista. -O mais longo possível. -Ela devia estar me olhando espantada, foi o que pensei, mas quando olhei-a de canto, ela tinha sua cabeça encostada no vidro e parecia área.

(...)



__________________________
Desculpem pela demora.
Respondendo sobre minha outra fanfic: acho que vou abandonar sim; estou sem criatividade para aquela história e venho gostando muito mais desse blog. Mas quem sabe se um dia não volto a escrever por lá, né mesmo?
P.S. Adorei que vocês comentaram bastante no outro capítulo. Façam isso mais vezes.

09 janeiro 2017

Capítulo 3


Agosto de 2015


Stella P.o.v.:

          Hoje -Segunda- volto a trabalhar. Sou produtora de eventos e tirei 2 meses de folga, que se passaram mais rápido do que imaginei. A empresa onde trabalho é bem diversificada, organiza eventos de todos os portes. Desde aniversários para criancinhas, até casamentos luxuosos. E se tem algo que nunca falta ali, é trabalho.
   Mas eu gosto do que faço. Mesmo chegando em casa, ás vezes, com uma dorzinha de cabeça, fico contente com os resultados de meus esforços. E como eu gosto de não ter que depender totalmente do Luan, esse trabalho me ajuda muito.

   


          Meu marido sempre me deixa no trabalho, antes de ir para o seu, e hoje não foi diferente. Nos despedimos com um beijo e comecei minha manhã cheia de projetos para fazer. Tive que começar os preparativos de 2 festas, uma de criança e outra para adolescente. Fiz inúmeras ligações e só tive tempo de parar para descansar depois das 2 da tarde. Foi quando notei que Luan me mandou mensagem no whatsApp




      Eu sei bem esse: "Ele disse que vai ser só pros mais chegados". Aniversário de filho de jogador nunca tem nada de simples, e ainda mais sendo do filho de Neymar Júnior. Já vi que vai me dar trabalho, mas fazer o quê né?

          Peguei um táxi até em casa e cheguei antes mesmo das 4. Fui arrumar a bagunça que tinha ali e depois preparei o jantar. Já passava das 7 quando recebi uma ligação da minha amiga Luana. Ela me chamou para sair  mais tarde, não entendi direito, mas com certeza deve ser balada. Aceitei pois como é Segunda não vai ter muito movimento e faz tempo que não saiu com ela.


Ligação P.o.v.:

          -Oi amor?
          -A Luana me chamou pra sair amor. Algum problema?
          -Claro que não. Pode ir.
          -Aliás, onde você tá? -Perguntei pois já eram quase 8 horas da noite, e obviamente ele saiu com alguém depois do trabalho.
          -Naquele restaurante brasileiro, com o Enzo e o Carlos.
          -Vocês também não se desgrudam, em?!
          -Ah amor! A gente precisava relaxar depois desse dia cansativo. Nem tivemos tempo de almoçar hoje, com tanto trabalho
          -Sei... Vou desligar então. Beijo.
          -Beijo.

Ligação off.

          Luana foi me buscar em casa por volta das 10 horas e ela nos levou até um bar, onde teria música ao vivo.
          -Imaginei que fossemos em uma balada.
          -Em plena Segunda-feira? Não!
          -Nunca sei o que esperar de você. -Ela soltou um riso e se fingiu de ofendida. -É que você é muito animada amiga. -Tentei consola-la.
          -Rum... -Essa louquinha é do Brasil também. Namorou um cara daqui e morou com ele por uns 2 anos, mas quando terminaram ela decidiu continuar morando em Barcelona.
Nos conhecemos em 1 dos restaurantes brasileiros daqui e desde então mantemos contato quase sempre.

      Chegamos no bar e para nossa sorte não estava muito movimentado. Logo, escolhemos uma mesa legal e pedimos algumas bebidas.
      Quando a banda começava a preparar os instrumentos, meu marido me ligou.
          -Maridão já tá ligando? -Brincou Luana e eu atendi.

Ligação P.o.v.:

          -Oi Luan.
          -Onde você está?
          -Num barzinho. Por quê?
          -Diz o nome que eu vou aí com os meninos.
          -Vocês não estavam cansados?
          -Dá pra aguentar mais uma. -Soltou um risinho e eu fiquei calada. -Manda o nome por mensagem.

Ligação off

     Desliguei porque percebi que ele estava bêbado. Odeio quando ele inventa de beber durante a semana, porque vai trabalhar morrendo de dor de cabeça. Isso acontece pouquíssimas vezes mas me incomoda muito.
     Mandei o nome do lugar, pois ele iria em todos os bares da cidade, me procurando, se não dissesse onde estou.

          -Que foi amiga? Foi a brincadeira que fiz? -Perguntou Luana, percebendo minha cara de descontentamento.
          -Claro que não Lu. Meu marido que bebeu e agora inventou que quer vir aqui.
          -Mas ele tá muito bêbado?
          -Não. Mas tá rindo até do vento que bate na cara dele. Igual um retardado. -Quem gargalhou foi minha amiga e eu não consegui segurar minha risada também.
          -Desculpa Stella. É que foi engraçado.
          -Relaxa amiga. -Tentávamos parar de rir, quando vi o Neymar, com alguns amigos, entrando no estabelecimento. -Disfarça Luana. Neymar Júnior acabou de chegar. -Falei entre dentes.
          -Né que é mesmo. -Disse surpresa. -É minha impressão ou ele tá olhando pra cá?
          -Luan conhece ele.
          -Mentira!? -Exclamou abismada -Que marido chique esse seu. -Soltei um riso com as loucuras dessa menina e percebi que o jogador estava se aproximando da nossa mesa.
           -Ele tá vindo Stella. -"Como se eu não soubesse".
           -Oi. -Ele nos cumprimentou, assim que chegou perto.
          -Oi. Sou a Luana. -Olhei espantada para minha amiga. Ela nem esperou para se apresentar. Ele riu bem fraquinho e apertou a mão dela.
          -Prazer Luana. -Eu apenas sorri simpática para ele e ele retribuiu da mesma forma. -Bom, esses são meus amigos: Gilmar, Guilherme, João Celso e meu brother Jotinha.
          -Oi. -Todos falaram sincronizados, o que arrancou um riso nosso.
          -Sou a Stella. -Todos fomos nos cumprimentando aos poucos e logo percebi os olhares da Luana sobre os garotos. -Vieram curtir a noite?
          -Sim. Estávamos precisando de uma distração. -Respondeu o jogador e todos ficamos em silêncio por algum tempo.
          -Não querem sentar? -Cutuquei minha amiga por baixo da mesa. -Aí!
          -Não vamos incomodar? -Perguntou o irmão do jogador, não querendo ser inconveniente.
          -Claro que não. Fiquem á vontade. -Respondi sorridente mas não muito contente com a situação.
          -Como tá o Luan? -O Neymar perguntou enquanto eles puxavam as cadeiras para se sentar.
          -Tá bem. Ele chega daqui a pouco.
          -Vocês estão bebendo o quê?  -Perguntou o tal de Gilmar, olhando a garrafa que estava sobre nossa mesa.
          -É um pouco fraca mas até que é boa. -Respondeu minha amiga e eles riram.

 Fiquei mexendo em meu celular, enquanto eles se conheciam.


Mari_teixeira  Que linda 😍
Tehus.martins Essa mulher é um arrazo
marc-versiani Mana linda. Saudades❤
Caroline Prima gata😍
Tricotei Mulher maravilhosa👏
Tehus.martins Gostosa demais
patric-Luna Chora nesse corpo mara


     Até olhei alguns comentários, coisa que é raro eu fazer. Curti os relevantes e bloqueei a tela de meu celular, voltando a prestar atenção nos meninos.
          -E você Stella? -Questionou um dos meninos que eu não consegui lembrar do nome. -Trabalha?
          -Sim. Sou produtora de eventos. -Dei um gole em minha bebida e percebi as olhadas que Luana trocava com o Jota.
          -Luan disse que você aceitaria fazer o aniversário do Davi.
           -Ela falou comigo. Tá bem pertinho né?
          -É que a mãe dele só me disse que ele poderia vir passar o aniversário aqui, esses dias. Então minha mãe lembrou que você comentou sobre seu trabalho lá no churrasco.
          -Hum... Depois você me diz como tá pensando em fazer.
         -Certo. -Sorri sem mostrar os dentes e a banda finalmente começou a tocar. Eram músicas calma mas não conseguíamos prestar atenção na letra, pois conversávamos entretidos. -Tóis? -Perguntei abismada com o nome do grupo, que eles chamam de 'bonde do tóis'. -De onde vocês tiraram isso?
         -É como se fosse 'nois' mas a gente nem lembra como surgiu isso. -Explicou o Guilherme e nós Rimos.
          -Vocês são muito engraçados. -Luana dizia, já que eles nos tiraram inúmeras risadas nesse pouco tempo.
          -Isso é bom, né? -Questionou o Jota.
          -Com certeza. -Olhei meu celular pela décima vez, esperando sinal de vida do Luan e nada de mensagem ou ligação. -Tudo bem amiga?
          -Tudo. -Respondi, dando outro gole em minha bebida.


Júnior P.o.v.:


          Já estava ficando bem tarde e a Stella não parava de conferir o celular, então deduzi que o Luan não apareceria.
   Ela estava claramente preocupada e nem prestava mais atenção no que conversávamos. Se distraía olhando para o nada, quando não, com o telefone.
   Até que finalmente seu marido apareceu ali na entrada do bar. Mas definitivamente não estava em uma Boa situação.
   Não precisava ser vidente para saber que aquela noite não acabaria bem.


(...)


________________________
Quero ver mais comentários, afinal, estou me dedicando a história. 
P.S. Próximo capítulo após 5 comentários 

08 janeiro 2017

Capítulo 2



Indicação 》》 http://ounicoproblemaenaoteteraqui-njr.blogspot.com/



(...)



"Pelo jeito ela conseguiu agradar a todos mesmo."



          Faz uma semana que encontrei aquele colar, nem sei mais o que pensar sobre essa situação. Então decidi que vou perguntar ao Luan, ao em vez de ficar esse clima horrível entre nós, sem ele nem saber o motivo.
   Seja lá o que for, vou encarar a situação de frente e escolher uma consequência para isso.

     Ele chega por volta das 7 da noite então nem vou fazer janta, porque estou sem cabeça para cozinhar. Só quero esclarecer essa história e saber o que verdadeiramente está acontecendo com meu marido. Porque se ele estiver me traindo, não é o mesmo cara que eu conheci a 6 anos atrás e pelo qual me apaixonei.
     Só de imaginar que ele pode ter estragado nossa relação com uma sacanagem desse nível, me dá vontade de o matar e enterrar o corpo onde ninguém encontraria.

    Já estava perto do horário dele chegar, fiquei esperando sentada no sofá e desimpaciente com sua demora em aparecer por aquela porta.
     7 e 30 e eu ainda continuava sozinha naquela sala. 8 horas e eu andava de um lado para o outro, 'será que ele está me traindo nesse momento?' Vou esganar esse cara, juro que arranco seu membro com minhas próprias mãos e leilou como se fosse um troféu.
    Eu sei que posso estar ficando paranoica mas quando passou das 9 horas, já estava preocupada com o que poderia ter acontecido com Luan. Liguei para seu telefone e fui ignorada na primeira ligação, fiquei furiosa porém 15 minutos depois seu nome estampava a tela de meu celular.

Ligação P.o.v.:

          -Onde você está Luan?
          -Oi amor, você não vai acreditar com quem eu estou.
          -Tenho cara de vidente? -Rude eu? Imagina...
          -Nossa! Calma Stella.
          -Calma o escampal. Eu aqui achando que poderia ter te acontecido algo ruim e você aí, possivelmente se divertindo.
          -Eu tô no bar com Neymar Júnior, amor. -Falou sussurrando.
          -Se você não chegar daqui a 1 hora, vai ter um encontro marcado com Jesus Cristo, pessoalmente.

Ligação off.

     Desliguei sem esperar que ele dissesse algo, estava mais que enraivada por ele ter saído e nem se quer avisado que voltaria mais tarde, me deixando preocupada.
   O que tá acontecendo com meu marido? Ele sempre foi prestativo e agora anda desleixado com nosso compromisso. Minhas suspeitas de traição só crescem cada vez mais.

    Eu sou totalmente apaixonada por ele, mas traição é uma coisa que eu não suportaria dele, nem de ninguém. É jogo sujo, com o parceiro e o pior jeito de fazer a outra pessoa de besta, que existe no mundo. Para mim é inaceitável.
     Nosso casamento é bem forte, temos certeza de nossos sentimentos, mas se isso tiver acontecido, não vou exitar em acabar com essa palhaçada.

Não vou servir de palhaça, nesse circo de babaquice. Se ele fez realmente isso, não me ama como disse que amava e eu vou ser firme na minha decisão de nos separarmos.

     Alguns minutos depois ele chegou e minha feição era de raiva misturada com ódio. Estava morrendo de vontade de batê-lo, até que não restasse nada dele.
          -Amor me escuta. -Colocou suas chaves na mesinha de Centro e tentou chegar perto de mim, mas eu não deixei. -Você ouviu o que eu falei no telefone? Eu estava bebendo com o Neymar, amor.
          -E por acaso, ele te hipnotizou? Fazendo você esquecer que tem uma mulher, em casa? Que se preocupa com você.
          -Eu me empolguei demais, desculpas. -Novamente tentou se aproximar mas eu recuei.
          -Hum...
          -Eu fui um idiota, desculpas.
          -Hum...
          -Isso não vai voltar a acontecer. Te prometo. -Fiquei calada esperando que ele falasse mais alguma coisa, só que ele parecia não ter mais o que falar. -Eu.. Eu... Não sei mais o que dizer. -Continuei calada. -Fala comigo amor, por favor. Responde só com esse "Hum...". Mas fala alguma coisa.
          -Que tal você falar sobre aquele colar?
          -Que colar?
          -Não se faça de besta. Ou melhor: não ME faça de besta Luan.
          -Do que você ta falando?
          -Do colar, escondido nas toalhas.
          -Aah! -Suspirou demoradamente, aliviado. -É esse o motivo por você está tão estranha essa semana? -Ele se aproximou rapidamente, fazendo ser inevitável meu afastamento de nossos corpos.
          -Você pode me dizer, de quem você está com saudades e não vê a hora de estar junto? -Ele segurou meus braços, que estavam cruzados, e envolveu os seus pelas minhas costas, me prendendo sobre seu tórax.
          -Aquele é o presente pra minha irmã, amor.
          -Mas lá está desejando parabéns pelo aniversário. Luana só faz aniversário daqui a 4 meses.
          -Resolvi comprar bem antes, porque tive medo de não encontrar outro colar como aquele.
          -E por que escondeu de mim? -Ele balançava seu corpo, me fazendo balançar junto, como forma de descontrair o clima.
          -Vocês são muito apegadas, achei que fosse contar para ela e estragar a surpresa. -Ele tem razão. Luana, minha cunhada, é a pessoa que eu tenho mais apego na família de meu marido. Ela vai fazer 18 aninhos e faz sentido ele querer dar uma joia tão cara nesse aniversário. -O que você imaginou, quando encontrou o colar?
         -Nada. -Me soltei dele com dificuldade e fui até a cozinha.
         -Se não imaginou nada, por que ficou tão chateada durante essa semana? E por que me ligou fazendo aquela cena, hoje? Vou nunca foi disso. -Me semicerrava desconfiado e eu fingi mexer em alguma coisa na geladeira.
          -Você estava demorando e eu estava preocupada.
          -Hum... -Continuava me semicerrando e eu parei de o olhar, para evitar mais constrangimento. -Você não tava pensando que eu estava te traindo né? -Minha consciência pesou, afinal a única coisa que fiz esses últimos dias, foi imaginar que meu marido estava me traindo, enquanto ele só tentava fazer uma surpresa para a irmã caçula. -Amor? -Ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
          -Não vou mentir Luan. É claro que passou pela minha cabeça, a hipótese de você ter uma amante. -Fechei a geladeira e ele me soltou rapidamente.
          -Você pensou mesmo nisso Stella? -Ele parecia ofendido. -Você sabe que te amo mais que tudo, nessa vida. Como pode duvidar do meu caráter?
           -Desculpa amor. -Foi minha vez de tentar me aproximar dele, mas ser rejeitada. -Eu estava ficando paranoica, não conseguia raciocinar direito. -Ele riu sem vontade. -Desculpa! -Ele saiu da cozinha e foi para nosso quarto. Não fui atrás dele, porque não adiantaria, só começaria uma briga naquele momento. Então deixei que ele tomasse seu banho enquanto fui trocar minha roupa por um pijama e arrumar nossa cama para dormir.

   Estava me sentindo horrível, como pude duvidar do homem com qual compartilho minha vida, desde que me entendo por gente? Não há dúvidas que fui uma idiota quando pensei que ele estivesse me fazendo de palhaça.
   Luan sempre foi um verdadeiro homem comigo, nunca um moleque, por isso decidi namora-lo quando ainda era uma 'criança'. Mas estou vendo que me falta maturidade, para entender que ele nunca faria nada dessas coisas inaceitáveis comigo.

          Ele saiu do banho apenas com a roupa que frequentemente dormi e se deitou ao meu lado da cama, só que sem me olhar.
          -Luan?
          -Como você pode ter desconfiado de mim? -Me perguntava ainda sem me encarar.
          -Desculpa.
          -O que mais me incomoda é você não ter me perguntado nada, no momento que começou a desconfiar. Ter feito esse jogo duro a semana inteira.
          -Eu fui uma idiota Luan. -Ele bufou e finalmente me olhou nos olhos. -Me desculpa. -Ele se aproximou e me deu um beijo, ao terminar, não soltou sua mão de meu rosto e ficou me encarando de pertinho.
          -Eu te amo. Nunca faria algo para te magoar.
          -Eu sei. Também te amo e fico envergonhada por duvidar de você. -Ele voltou a me beijar e naquela noite fizemos amor de reconciliação, como não fazíamos a muito tempo.


   13 dias depois...


          -Anda amor, ainda temos que buscar o Enzo e o Carlos. -Preciso dizer para aonde estamos indo mais uma vez? Acho que não, né mesmo?
          -Vamos. -Saímos de casa e fomos buscar aqueles 2 benditos homens em suas respetivas casas. Ficamos no mesmo camarote de sempre e o Barça ganhou a partida de 4 a 0, só para vocês terem noção do quanto fácil foi o jogo.

          -Será mesmo que Stella é nosso amuleto da sorte? -Questionou Enzo e todos Rimos.
          -Sorte a de vocês terem a mim como amuleto.
          -Já tá se achando demais, amor.
          -Neymar está esperando vocês na saída reservada. -Disse um segurança do camarote e eu me espantei com suas palavras em linguagem espanhola.
          -Estamos indo agora. -Disse Carlos e o segurança foi nos acompanhando até a saída, onde o jogador nos esperava com uma mochila nas costas e um fone de ouvido nas orelhas 
          -O que eu perdi amor? -Perguntei baixinho ao meu marido.
          -Esqueci de te contar... O pai dele fechou um contrato com nossa firma. -Meu marido é advogado e a firma onde ele trabalha é de imóveis. Ele  cuida da papelada de transferência e pagamentos das casas e apartamentos.
           -Eles não já têm uma casa?
          -Parece que o jogador quer se mudar para um apartamento. -Como já estávamos chegando perto do Neymar paramos de sussurrar e o cumprimentamos.
           -Tudo bom? -Questionou me dando um beijo no rosto sem maldade, e depois cumprimentou os meninos. -Vai ter um churrasco pra comemorar, la em casa. Vamos?
          -Claro. -Respondeu Enzo e eu fiquei me perguntando de onde eles tiraram tanta intimidade com o garoto. Ele foi no próprio carro guiando o caminho e nós fomos no do Luan, logo atrás.
          -Como vocês viraram melhores amigos do Neymar?
          -Tá por fora Stellinha. Somos best Friends Forever desde sempre. -Rimos da piada do Enzo. -O moleque vai morar sozinho e o Marquinhos indicou a nossa firma para ajudar com a escolha do apartamento.
           -Daí vocês viraram best Friends Forever? -Entrei na brincadeira.
          -Não amor. Naquele dia que te falei que estava no bar com o Neymar, ele nos convidou para comemorar a escolha do imóvel. Daí trocamos contatos e ele parece ter gostado de nossa companhia.
          -Hum.. -Foi tudo que consegui dizer. Meu marido de intimidade com Neymar Júnior, é novidade para mim e muito surpreendente, é claro.
     Chegamos no condomínio e como de esperado, era uma belíssima casa. Havia alguns carros estacionados ali na frente e uma música alta tocando ao fundo.
          -Fiquem á vontade. -Avisou antes mesmo de entrarmos, hospitaleiro e foi nos guiando até a área externa da casa. Por onde passávamos o pessoal cumprimentava e parabenizava-o pelos 2 gols feitos na partida de mais cedo. -Pai, olha quem eu trouxe. -Seu Neymar nos cumprimentou muito simpático e nos apresentou as pessoas que estavam com ele.
     Todos nos recepcionaram bem e rapidamente estávamos entrosados com a galera. O próprio jogador nos trouxe bebidas e carne, e eu já nem lembrava mais que estávamos na presença de 1 dos 3 melhores jogadores do mundo, e sua família

          -Vocês namoram? -Perguntou a mãe do jogador.
          -Somos casados. -Luan mostrou sua aliança e me abraçou por trás. Todos os olhares pareciam surpresos, sobre nós.
          -A quanto tempo? -Questionou ainda curiosa.
          -1 ano, 9 meses e 24 dias. -Respondeu meu marido e todos o olharam surpresos.
          -Nossa! -Exclamou Rafaela, a irmã do Neymar. -Onde você arranjou esse, tem mais? -Sorri e dei um selinho no Luan.
          -Tem não.
          -Vocês parecem se gostar muito. Até me fazem lembrar nós 2. -Comentou seu Neymar e abraçou sua mulher, de lado.
          -Espero que cheguemos a ser metade do casal que vocês são. -As meninas estavam espantadas com tamanho romantismo de meu marido. -Já estamos juntos a mais de 6 anos, então acho que estamos indo pelo caminho certo. -Me deu outro selinho e eu fiquei envergonhada por aqueles olhares em nossa direção.
          -Tem que cuidar mesmo. Afinal ela é muito bonita. -Comentou o pai do jogador. -Com todo respeito.
          -Obrigada. -Agradeci tímida e nós acabamos trocando de assunto, graças ao bom Deus.
          -Vamos meninas. Vamos deixar os homens conversarem um pouco sobre coisas masculinas enquanto fofocamos na cozinha. -Disse dona Nadine.
          -Vem Stella. -Júlia, uma das garotas que estava ali, me estendeu a mão e eu a peguei, para acompanha-las até a cozinha.


Luan P.o.v.;


          -Você tem bastante sorte cara. -Dizia um tal de Guilherme que estava ali na rodinha do churrasco. -Ela é muito bonita. -Se referia a minha mulher que saíra com as outras garotas, para a cozinha.
          -Respeita Guilherme. -Disse o Júnior.
          -Sem problemas. Não é a primeira, nem a última vez que ouço isso.
          -Ele sabe cuidar bem, então não se chateia com esse tipo de comentários. -Disse meu amigo Carlos e eu concordei.
          -Vem cá, vocês estão juntos a mais de 6 anos mesmo? -O irmão do jogador perguntou e eu assenti. -Nossa! Então vocês só devem ter se relacionado um com outro até agora, né?
          -Eu já namorei outras garotas, mas ela nunca namorou outra pessoa além de mim. -Todos ficaram surpresos.
          -Isso que é amor. -Disse Seu Neymar.
   E assim foi nosso resto da noite: nos conhecendo melhor e comemorando a vitória do Barça. Meus amigos já estavam levemente alterados quando decidi que estava na hora de ir embora. Sorte a deles que no outro dia era final de semana e nós não trabalhávamos.
          -Eu ajudo com esse aqui. -Disse o Júnior guiando o Enzo até a porta da casa, enquanto eu fazia o mesmo com o Carlos.
          -Muito obrigado pela noite. E desculpas por qualquer incomodo. -Eu me despedia da família do Júnior
          -Nem se preocupe, não causaram incomodo algum. -Seu Neymar abriu a porta e fomos guiando os meninos até meu carro, enquanto Stella se despedia do pessoal.
          -Desculpa mesmo pelo incomodo. -Falava com o Júnior, que colocava o Enzo dentro do carro.


Júnior P.o.v.:


          Estava ajudando o Luan a levar seus amigos bêbados. Ele não parava de se desculpar pelo estado dos garotos e parecia um pouco envergonhado.
          -Relaxa Luan. Não precisa se desculpar. Como meu pai disse: vocês não incomodaram em nada. -Apertei a mão dele e quando virei para me afastar do carro, esbarrei na sua mulher.
   Passei minha mão pelas suas costas para que ela não se desequilibrasse e caísse.
          -Desculpa. -Ela levantou apenas os olhos e quando encontrei aquelas 2 bolinhas verdes, maravilhosas, foi impossível não ficar hipnotizado. Nossos corpos estavam um pouco próximos e eu sentia um cheiro maravilhoso vindo de seu pescoço e invadindo meu olfato. Como ela estava na altura de meu tórax tive que abaixar um pouco minha cabeça para conseguir encara-la. -Licença.
          -Claro, Desculpa. -Acordei da hipnose e sorri morto de vergonha, a soltando e lhe dando espaço para passar
          -Obrigada. -Ela sorriu pra mim e eu pensei: "Que mulher, meu Deus". Tudo nela era 10 vezes ainda mais bonito, de perto. Que cara sortudo.
          -Fiquem á vontade para voltar.
          -Muito obrigado. -Agradeceu Luan, pela décima vez. -Por tudo. -Acenei um tchau e eles entraram no carro, indo embora, logo em seguida. Quando entrei em casa o comentário era só sobre aquela mulher, no quanto ela é bonita, simpática, adorável e inúmeras outras coisas boas.
Pelo jeito ela conseguiu agradar a todos mesmo.


(...)

07 janeiro 2017

Capítulo 1



    Julho de 2015

       Passamos o São João em Goiânia, junto com nossas famílias e estamos voltando, nesse exato momento, para Barcelona.
 Ainda no avião Luan me chamou a atenção por estar muito calado, não só agora como durante toda a nossa estadia no Brasil.

          -Amor? -Lhe chamei a atenção e ele virou sua cabeça, que estava apoiada na poltrona, para meu lado.
          -Hum?
          -Você tá bem?
          -Por que não estaria?
          -Você estava desanimado durante toda nossa viagem e não dá uma palavra desde ontem.
          -Só estou cansado amor. Não me acostumo mais, com toda essa energia brasileira.
          -Tem certeza?
          -Claro. Só não falei muita coisa desde ontem, porque são só 9 horas da manhã. -Ele soltou um riso e eu também. -Fica tranquila que eu estou bem. -Me deu um selinho. -Não vejo a hora de chegar em casa e descansar.
          -Tudo bem então. -Faltavam mais de 8 horas até chegarmos e eu deixei que meu marido descansasse. Meia hora depois ele estava com sua cabeça encostada em meu ombro, dormindo como pedra.

   Ele realmente precisava descansar, pois amanhã ainda vamos a mais um jogo do seu time de coração. Ele quase mata e morre pelo Barça, eu chego a ter ciúmes pelo amor que ele tem nesse time mas não costumamos brigar por isso, afinal não há precisão. E além disso, ele volta a trabalhar daqui a 4 dias. Descansar vai ser preciso para ele.

          -Enfim casa. -Larguei minha mala no sofá e me sentei ao lado dela, enquanto o Luan trazia a dele e fechava a porta de nossa casa.
           -Você viu aquele taxista? Ele quase te comeu pelos olhos.
           -Quê? -Me fingi de desentendida e fui pegar uma água na cozinha, para evitar discussão.
           -Não vem com essa. -Foi em vão,  minha tentativa, pois ele me acompanhou.
           -Para Luan. Acabamos de chegar e estamos cansados. Não é hora pra brigas.
          -Tá bom. -Ele veio até mim e tirou o copo de minha mão, colocando-o no balcão. -Você tá mesmo cansada?
          -Sim. E você também. -Ele beijou meu pescoço de leve.
            -Eu?
            -Foi o que você falou no avião. -Depositou outro beijo no meu pescoço.
            -Mas isso foi antes de eu dormir, quase 7 horas na viagem. -Entendi o que ele queria dizer com aquilo e tratei de o puxar para um beijo, intenso e gostoso. -Você ta linda nessa roupa. -Começou a levantar minha blusa.
           -Isso é porque você não viu o que tem por baixo dela. -Sussurrei ao seu ouvido e ele apertou com força, minha cintura, fazendo com que eu colocasse minhas mãos sobre as suas.
Ele finalmente colou nossos corpos e eu pude sentir sua ereção aumentar com o decorrer de nossos beijos e carícias.
          -Já vi sim. E estou louco para ver, de novo. -Me beijou ainda mais gostoso e desabotoou minha calça com certa ostilidade. -Sério você tá muito bonita, por isso aquele babaca  não tirava os olhos de você. -Ele me ajudou a tirar os saltos e voltou a beijar meu pescoço.
          -Esquece isso.
          -Até porquê você é minha. Só minha. -Tirou minha calça e eu o ajudei com as suas roupas, enquanto nos beijavamos ferosmente. -Fala isso pra mim.
            -Falar o quê?
            -Que você é minha e sempre vai ser. -Seu olhar estava diferente, como se estivesse desesperado para ouvir aquilo.
           -Eu te amo e sempre vou ser sua, assim como você é meu. -Ele abriu aquele sorriso que me faz feliz e voltamos a fazer o que fazíamos antes: aquela pegação intensa e cheia de desejo. Nos amamos ali mesmo, no balcão da cozinha e depois ele foi tomar banho enquanto eu desfazia as malas.
             -Trás uma toalha, por favor, amor! -Ele pediu do banheiro e eu fui procurar uma, no nosso closet. -Amor?
           -Já estou indo! -Quando tentei pegar a toalha, na parte mais alta, algumas coisas cairam sobre mim e eu acabei me desequilibrando sobre o banquinho no qual me encontrava. Caí de bunda no chão. -Aí!
           -O que foi esse barulho Stella?
           -Nada. Já estou levando a toalha. -Quando peguei do chão a toalha, uma caixinha, aparentemente de jóia, caiu sobre meus pés. Fiquei curiosa e a abri. Nela tinha um colar maravilhoso, que obviamente não teria sido nada barato. Fiquei ainda mais surpresa quando encontrei um bilhete onde as letras de meu marido se encontravam escritas.


Não vejo a hora de nos encontrarmos, estou morrendo de saudades. Feliz aniversário. Te amo.
P.S. Luan


Como assim? Pra quem diabos Luan escreveu isso? Para mim não podia ser, já que nao há motivos para sentirmos saudades, se moramos juntos.

            -Stella? -Me tirou de meus pensamentos, e eu guardei a caixinha com o bilhete no mesmo lugar onde estava. Levei a toalha para ele e voltei a desfazer as malas.

   É sério que meu marido pode estar me traindo? Depois dessa tempo todo juntos, ele seria capaz de se envolver com outra mulher, casado comigo? Eu sei que parece idiotisse eu não saber que homem é safado e trai com facilidade mas estou com ele desde os meus 15 anos de idade e nunca se quer tive indicios que me fizecem crer que ele me trairia.
   Sempre tivemos muita confiança um no outro e não dávamos motivos para o contrário.
   Mas para quem seria aquele bilhete? De quem ele está com saudades? Por que ele estava escondendo aquilo, no meio das toalhas? "Te amo!" Ele me jurou que nunca falou isso para outra garota e eu idiota, acreditei.

     Notei que ele já havia saído do banheiro e aproveitei para tomar o meu banho e colocar as ideias no lugar. Fiquei me remoendo por dentro para não sair dali e tacar uma vassourada naquele cachorro.
Em todo esse tempo de convivência nunca senti tanto ódio dele, como agora. É claro que nossa relação não é só flores, mas esse espinho que foi implantado hoje, não é como qualquer outro já existente.

   Só sai do banheiro quando tive certeza que ele estava dormindo, para evitar briga. Mal consegui dormir, com minha cabeca latejando a ideia de eu estar sendo feita de trouxa, e não ter percebido nada.

No outro dia...

           Passei o dia quase todo deitada na cama, fingindo estar descansando, enquanto ele assistia algo na TV e arrumava algumas coisas pela casa. Ele até veio me chamar para almoçar mais eu admiti não estar com fome e ele não insistiu muito, pareceu entender que eu queria ficar ali.

   No final da tarde me levantei para fazer o jantar pois ainda estava com a ideia de ir para o jogo e não queria o deixar ir sozinho. 'Vai que ele arruma alguma torcedora por lá e me traia sempre que não estou com ele...' Meu Deus, olha as coisas nas quais estou pensando. É o fundo do poço, só pode ser.

    Trocamos pouquíssimas palavras durante a refeição e no caminho para o estádio. Quando chegamos, eu o acompanhei até o camarote que ele sempre fica e me sentei para esperar o jogo começar. Fiquei mexendo no celular, conversando com minha mãe e olhando o Instagram.



     Durante toda a partida fiquei quieta e só observei a empolgação do Luan com a clara vantagem do Barça sobre o outro time.
   Quando ele se juntava com aqueles amigos, era pra falar de futebol na certa. E quando iam pro jogo, sempre tinham que ir juntos. Eu nunca me incomodei e não é agora que vou me incomodar, só que minha cabeca não para de imaginar em que ocasiões ele pode ter tido chance de me trair.

           -Eu sabia que ia ser moleza pro Barça. -Falava Carlos, amigo de meu marido.
           -Estou achando que minha mulher é o amoleto da sorte, porque sempre que ela vem, o nosso time tira de letra o jogo. -Me deu um beijo na bochecha e eu sorri amarelo, enquanto saíamos do camarote.
           -Então ela tem que vir mais vezes.
           -Pode deixar Carlos, vou carrega-la para cima e para baixo agora. -Íamos até a saída do estádio mas estava muito tumultuado então um dos amigos de meus marido, deu um jeito de irmos por outra saída, mais reservada.
            -Tem certeza que vão nos deixar sair, por aqui Enzo? -Perguntou Carlos e o Enzo afirmou, com convicção, que não haveria problemas.
          -Ei! -Exclamou um segurança do local e eu logo pensei: "vai dar Merda!" -O que fazem por aqui? -É óbvio que eles dialogavam em espanhol, mas eu contarei o que aconteceu, traduzido.
           -A outra saída está muito cheia. -Respondeu Enzo.
           -Vocês não deviam estar aqui.
          -De Boa. Eu conheço o Marquinhos.
          -Mas essa saída é reservada. -O segurança tentava concientizar o Enzo, mas ele insisitia em querer sair por ali, já estávamos ficando sem paciência quando ouvimos várias vozes ecoando sobre o local. Eram alguns jogadores e uns caras da assistência.
          -Ali ô! Ô o Marquinhos ali. -Apontou Enzo para um dos caras e o tal Marquinhos abriu um sorriso quando o viu.
          -Enzo! -Fizeram uns toques estranhos e todo o pessoal parou para se cumprimentar, inclusive os jogadores. -Pode deixar eles saírem por aqui, são amigos meu. -Explicou para o segurança e o Luan, junto com os amigos não paravam de babar os jogadores. 
           -Cara, não acredito, Neymar caralho. -Falou Carlos ainda espantado com o fato de estar o conhecendo pessoalmente. Já o menino só sabia rir, um pouco sem jeito.
          -Que mal educados nós somos. Nem cumprimentamos a moça.  -Sorri envergonhada, ele apertou minha mão e a beijou. -Sou o Marquinhos. -Balancei a cabeça e senti as mãos do Luan sobre minha cintura. -Desculpa, não sabia que estava acompanhada.
          -Não tem problema. -Respondi simpática e todos os outros apertaram minha mão e me cumprimentaram.
          -Vocês são brasileiros? -Perguntou o Neymar e Carlos assentiu.
          -Como sabe? -Questinou meu marido.
          -Um brasileiro sempre reconhece outro. -Eles riram. -E também a moça entregou vocês. -Todos me olharam e eu tinha a mesma feição que eles: a de curiosidade. -Ela é brasileira pura. -Acho que todos entenderam o que ele quis dizer com isso. Meu tipo de corpo é o famoso biótipo brasileiro. Luan apertou ainda mais minha cintura, mas foi óbvio a ingenuidade com a qual o jogador fez a brincadeira. Tanto que todos Rimos.
          -Bom, temos que ir agora. -Falou o Marquinhos e tratamos de nos despedir.

Tive que aguentar o caminho inteiro, os homens falando sobre Neymar. Já não aguentava mais ouvir aquele nome.
Chegamos bem tarde, já que Luan teve que deixar os meninos em casa.

Nem esperei muito, para não dar brecha ao Luan e fui logo me deitando na cama, para evitar conversa. Acho que ele notou e me deixou quieta, sem perguntar nada, nem se quer chegar perto.

(...)

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Como falei: dependendo dos comentários teria urgência em postar. Então aqui está o primeiro capítulo em apenas 10 horas.
P.S. Não deixem de comentar.

Início






Oi,
      Muito prazer, sou Stella Versiani Antúnez.
Sou natural do Brasil, mas atualmente moro em Barcelona com meu marido.

Sou casada, com o meu primeiro e único namorado, há 1 ano e 9 meses. Estamos juntos a mais de 6 anos e posso dizer que sou loucamente apaixonada por esse homem, Luan Antúnez Silva.

Ele mora aqui em Barcelona desde o início de nosso namoro, enquanto eu ainda morava no Brasil e mesmo com essa enorme distância, conseguimos manter uma relação saudável e duradoura.

Eu tenho 21 e ele 25 anos de idade. Nos conhecemos no Brasil através de nossas famílias, que se conheceram em uma convenção, e que desde então se tornaram muito amigos e por decorrência, nós 2 também.

Até que surgiu um sentimento maior que amizade e resolvemos tentar algo a mais. Graças a Deus, deu muito certo.

Nosso casamento é maravilhoso, ou pelo menos era, até começar a acontecer pequenas coisas que tomaram proporções maiores, assim fazendo nossas vidas mudarem.

 E é essa parte da minha vida que pretendo compartilhar com vocês.



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P.S. Dependendo dos comentários, vou tentar postar diariamente.