01 fevereiro 2017

Capítulo 8




(...)



Mais de 5 meses depois

Início de Fevereiro de 2016

          Pois bem, meu aniversário está chegando e para melhorar, finalmente vou me mudar para o apartamento que comprei. Eu tava só esperando me resolver por completo, para mudar pro apê.
     Claro que minha mãe e a Rafa ficaram boladas com essa minha decisão, mas tive o total apoio de meu pai, então resolvi dar esse passo a mais na minha vida.

     Vocês devem estar se perguntando: "isso era necessário mesmo?" E a resposta é: "Não. Mas é o que eu quero."
Eu gosto de morar com minha família, só que tô sentindo falta de um pouco mais de privacidade. De me sentir mais responsável, também. E acho que esse é um bom jeito de fazer isso.

        Hoje, especificamente, vou ao Brasil, visitar os moleques do bonde e refrescar a cabeça. Faz tempo que não saio para curtir e relaxar um pouco. É só treino, jogos, treino e mais jogos, enfim...
 Os meninos disseram que vai ter um festival sertanejo lá em Goiânia e vamos passar esses dias por lá, mas só depois, é claro, de eu curtir um pouco meu filhão.

    Meus pais e a Rafa já estão por lá, eu só tive que esperar uma folguinha pra poder ir.
Ganhei só 1 semana, então tenho que aproveita-la ao máximo. Afinal, eu mereço. Nunca mais me envolvi em problemas, não saio em reportagens por motivos ruins e como disse: não me divirto faz um bom tempo. Resumindo: estou sendo um bom garoto.  (E nunca pensei que isso fosse tão trabalhoso)

     Peguei o jatinho e cheguei antes das 3 da tarde. O Big e a Rafa quem vieram me buscar. Cheguei em casa cansadaço por conta do fuso horário e do demorado tempo de viagem.
          -Dorme filho, eu te acordo na hora do jantar. -Disse minha mãe, percebendo Minha cara de sono.
         -Queria ver o gordo logo. -Faz mais de 1 mês que não vejo meu moleque.
         -A Carol disse que traz ele pra dormir aqui, depois do jantar.
         -Vou descansar então. -Beijei a testa dela e subi as escadas. -Aliás! Cadê o pai?
          -Disse que tinha umas coisas pra resolver no Instituto. -Respondeu a Rafaela que ficou com a minha mãe, na sala. -Falando nisso, vê se dá as caras por lá. -Nem dei corda pra provocação dela e subi o resto da escada, indo pro meu quarto.
   Tomei um banho bem demorado pra tirar o "enfado" e fui me deitar. Que delícia aquela cama. Parecia a coisa mais gostosa que eu podia ter naquele momento.

Dormi depois de uns minutinhos e só acordei porque minha mãe me avisou do jantar, se não, só levantaria daquela delícia, no outro dia.
    Jantamos a família toda reunida e 1 horinha depois a Carol chegou com o Davi.
          -Papai... -Correu ao meu encontro e me presenteou com o melhor abraço do mundo. -Nem acreditei quando a mama disse que você estava aqui.
          -Eu sei que passei muito tempo sem vir, mas estou aqui, não estou?
          -É papai. -Ele foi abraçar os avós e a tia babona, e voltou pro meu colo.
           -Senta aí Carol. -Rafaela disse e ela sentou perto de mim e do gordo.
           -Vai com a gente pra Goiânia? -Lhe perguntei, já que ela costuma sair com o bonde, uma vez ou outra.
          -Não. A Rafa nem vai, então não tenho o que fazer por la.
           -Deixa disso. Vocês não nasceram grudadas.
          -Se alguma das outras meninas fosse, eu até pensava... Mas só vai os rapazes, então eu não ficaria confortável.
          -Tem razão Carol. -Concordou minha mãe.
          -Bom, se mudar de ideia... Vamos depois de amanhã.
           -Obrigada, mas tenho certeza. -Ela conversou mais um pouco conosco e se despediu.
Depois de brincar mais algum tempinho com o Davi, subi e o coloquei pra dormir no meu quarto. Porém como eu dormir a tarde, estava sem sono e fiquei mexendo nas redes sociais. Assiti um pouco de TV e depois fui jogar um play.

          -Imaginei que não estivesse dormindo. -Disse a Rafa, entrando no meu quarto. -Você e essa sua mania de dormir só de cueca. -Reclamou por eu estar só de trages íntimos.
          -Tá encomodada, então sai do quarto.
          -Como você é gentil. -Ironizou e se sentou ao meu lado na cama. -Vai mesmo passar seu aniversário la em Goiânia?
          -Vou. Porquê?
         -Pensei que quisesse passar com a gente.
         -Para de drama. Eu passo todos os meus aniversários com vocês
         -Por isso mesmo: não devia quebrar a tradição.
          -Vocês podem ir lá, passar o dia comigo e voltam à noite.
          -Acho difícil. Você sabe como a mamãe é, com essas coisas de viagens durante a noite.
          -Hum... -Eu tentava dividir minha atenção entre escutar o que ela falava e jogar o game. Porém acabei me distraindo e perdi o jogo. -Droga! -Esbravejei baixinho para não acordar o Davi.
          -Pelo menos assim você para de jogar. -Riu de mim.
         -O que você ta fazendo aqui ainda?
          -Calma extressadinho! -Ficamos uns segundinhos em silêncio, mas a Rafaela é uma matraca ambulante e não consegue ficar quieta. -Por que você convidou a Carol pra ir com vocês e eu não?
          -Porque eu não quero você la.
          -Vão aprontar né?
         -Não. Quer dizer, um pouco...
         -E queria levar só a Carol porquê?
         -Ah Rafaela! Eu estava sendo educado apenas. -Fiz pouco caso, já que ela parecia procurar coisas onde não existem. -E você cuida em sair daqui. -Lhe empurrei os ombros e ela foi expulsa da cama.
          -Aí tem em.. -Foi até a porta. -Tchau. -Mandou beijo e saiu.
Ela parece que é doida, com essa insinuação de que ainda existe algo entre a Carol e eu. Estava tentando ser simpático, a convidando para a viagem. Nunca passou pela imaginação segundas intenções no meu convite. Rafaela é doida ou se faz. Um dos dois.

     Acordei no outro dia, um pouco tarde e só fiz curtir meu molecão. Passamos o dia todo, brincando e conversando. Nem consigo descrever o quão gostoso foi aquele dia. Mas nos despedimos ainda durante o começo da noite, ja que no outro dia eu viajaria bem cedinho.


~~~~~~~~

      Chegamos no hotel em que vamos ficar hospedados esses dias antes das 10 e os meninos já estão preparando tudo, para a nossa noite. Creio eu, que iremos a uma balada eletrônica ja que o festival sertanejo ainda não começou.

           -Vamos ao Club que tem aqui do lado? -Convidou o Gil e todos gostamos da ideia. -Deve ter pouca gente já que é Terça -Feira, ainda.
          -Vocês vão lá e me mandam uma mensagem se der pra eu ir.
          -Tá bom, estrelinha. -Eles sempre me zoam, mas não tenho culpa de não poder frequentar lugares lotados. Eu amo o futebol, e sonhei muito em ter todo esse reconhecimento que tenho hoje em dia. Só que tudo tem seu preço, né mesmo?

     Ele me mandou o sms avisando que o movimento estava tranquilo e eu desci até a entrada do hotel, para encontrar com o Jotinha (que foi quem veio me buscar).
     Gil falou que era do lado, mas foi exagero, porque nos afastamos um pouco do hotel. Mas chegando lá, valeu muito á pena. Já que eu tive uma surpresa:

          -Desculpa! -Disse a moça que esbarrou no ombro do Jotinha. -Foi sem querer! -Ela estava toda sem jeito e tinha derrubado um dos drinks que carregava.
         -Não se preocupa. -Disse o Jota. Ela me olhou e arregalou os olhinhos, tão pequenos, espantada ao me reconhecer. Pela sua fisionomia não devia ter mais de 16 anos.
         -Neymar?
         -Sou eu, sim. -Ela deu um gole no drink que lhe restou e me olhou novamente, tentando confirmar o que via.
          -Tira uma foto comigo?
         -Claro. -Puxou o celular do bolso e pediu para o Jota bater a foto.
         -Cara! Ninguém vai acreditar. -Sorri simpático.
         -Mayla! --Ouvimos alguém chamar e ela respondeu ao chamado.
          -Aqui Stella! -Sim! Era ela mesma, a futura dona de meus pensamentos. Ops! Não era para isso ter saído, agora.
          -Sua mãe tá maluca, te procurando. -Ela estava linda, como de costume, com um maiô florido e uma saia longa por cima. Ela esbanjava um sorriso um pouco fraco e parecia distraida. Só que ela nos notou ao lado da garota, obviamente. -Ah! Oie!
          -Parece mentira né? Encontrar Neymar Júnior aqui?
          -Nao fala besteira Mayla. -Lhe deu uma bronca e o Jota riu. -Oi meninos! -Estendeu a mão e eu apertei, depois fez o mesmo com o meu brother.
         -Tudo bem? -Ela assentiu. -Você lembra do meu irmão, Jota?
          -Claro. Ele estava naquele dia do bar, também né?
          -Sim.
          -Espera um pouquinho! Vocês se conhecem? -Questionou a menina.
          -É, Mayla. Agora vamos, que eles vieram pra se divertir e você tá aqui, atrapalhando.
          -Quê isso?! Imagina... Não estão atrapalhando em nada. -Jota disse educado.
          -Muito gentil da parte de vocês, mas a gente precisa ir. Que essa mocinha aqui, ta sendo procurada pela mãe. -A tal Mayla revirou os olhos e bufou.
          -Vocês são parentes? -Perguntei curioso.
          -Somos primas. Aliás! O que você tá fazendo com esse drink? -Pegou o mesmo das mãos da garota.
         -Eu peguei pra você.
         -E esse que caiu? -Questionou o Jota, sem entender que foi invensão da menina. O cutuquei e ele continuou sem entender.
          -Muito espertinha. -Stella a semicerrou. -Foi um prazer rever vocês meninos!
          -O prazer foi nosso! -Respondi a analisando discretamente.
         -Desculpa de novo. -Mayla falou se despedindo e elas se afastaram de nós.
          -Quer uma tigela? -Jota me chamou a atenção.
         -Hãn?
         -Sua baba dá pra encher uma dessas piscinas daqui.
         -Cala a boca e anda logo. -Lhe empurrei e ele nos levou até onde o bonde estava. Pedimos algumas bebidas e comidas, para começar a curtição. -Você disse que o movimento estava tranquilo Gil. Já me pararam pra pedir umas 50 fotos, desde que cheguei.
           -Deixa de resmungar. Que isso é pouco pra você. -Se Defendeu o Gil.
          -Mas é chato.
           -Não foi chato pra você, quando aquela garota que estava com a Stella te pediu uma foto. -O Jota tinha que abrir a boca grande dele.
           -Quem é Stella? -Perguntou o João Celso.
           -Ninguém. O Jota quem tá falando coisa com coisa.
            -Aquela mulher que o marido chegou bêbado naquele dia, no bar. -Eu queria ter alguma coisa pra tampar a boca do Jotinha, naquela hora.
            -Aah! Aquela dos olhos claros? -Questionou o João, de novo, e o Jota assentiu.
           -Aquela mulher é muito bonita.
            -O marido dela também acha, Guilherme. -Disse o Gil e eu me toquei: "Onde será que está o Luan?" Nunca mais tivemos contato.
            -Só fiz uma observação. -Se defendeu o Gui e nós rimos. -Mas e aí? Major tava paquerando ela, era?
            -Não. Mas quase baba na menina.
            -Cala a boca Jota! -Estava ficando irritado com aquilo.
            -Se ela fosse solteira, você corria de quatro por ela. -Me irritei com a brincadeira dele e me levantei da mesa. Fui no banheiro para passar uma água no rosto.
     Eu sei que não disfarço o interesse que tenho por ela, mas precisa ficar lembrando que ela é casada e eu estou cobiçando a mulher alheia?! Isso me faz sentir culpa e vergonha de mim mesmo, por não ter a capacidade de me controlar.
             -Aí cara! -O Jota entrou no banheiro. -Me desculpa pela brincadeira.
           -Não. Esquece.
            -Eu passei dos limites. Devia ter parado quando notei que você não tava gostando.
            -Relaxa irmão. Eu que fiquei estressado demais, sem motivo.
           -De Boa?
           -De Boa. -Fizemos um toque.
           -Agora me fala uma coisa... Você ficou bolado por causa da brincadeira mesmo ou tem outro motivo?
           -Como assim? Do quê que você ta falando?
           -Você nunca foi de ligar pras brincadeiras que a gente faz com as meninas que você fica afim. Até porque você sempre consegue ficar com elas. Só que o problema com essa, é que não tem a possibilidade de você conquita-la, ja que é casada. Então o que foi? Você tá com seu orgulho ferido?
           -Que foi Jotinha? Tá me tirando...? -Eu não sei onde ele queria chegar com aquilo, mas até que parecia fazer sentindo. -Eu tô de Boa, menino.
           -Hum. ..- Aquele "Hum..." me pareceu não satisfeito.
            -Vamos voltar, que os moleques devem ta estranhando nossa demora. -Me esquivei do assunto e saímos do banheiro.
    Almoçamos la no Club mesmo e curtimos a piscina tranquilamente. Poucas pessoas pediram foto, então foi tranquilo pra mim.
 Voltamos para o hotel e nos arrumamos para jantar no restaurante que havia ali perto. Eu admito que estava um pouco cansado já, mas não queria estragar nossa viagem ficando trancado em um quarto, em vez de acompanhar os amigos.

     Chegamos no tal restaurante e era um ambiente bem claro, com poucas mesas espalhadas pelo grande salão. Tudo muito caro, aparentemente, e apenas umas 4 mesas ocupadas por clientes.
Escolhemos o lugar mais reservado possível e nos sentamos. Fizemos a escolha do cardápio e engatamos em um assunto qualquer.

           -Vem cá! É minha impressão ou aquela é a tal Stella? -Assim que esse nome saiu da boca do Guilherme, meu instinto foi procura-la pelo salão.
          -É ela mesma. -Confirmei quando a vi sentando numa mesa distante da nossa; bem perto da entrada do restaurante. Acompanhada por a mesma menina de mais cedo, sua tal prima, e uma mulher aparentemente mais velha.
           -Realmente ela é muito bonita. -Gil comentou e eu notei sua elegância, mesmo de calça jeans despojada. -Faz o tipo NJ!
          -Vocês querem para de falar essas coisas... -Parei de olha-la -Ela é casada gente.
           -Mas admite: se ela fosse solteira, tu cairia matando.
           -Cala a boca Guilherme. -Trocamos de assunto e continuamos nosso jantar.
 Em um surto repentino olhei na direção da mesa onde ela estava e não a vi la. Na verdade, ela andava pelo salão indo até o toalhete.
Ao voltar meu olhar, notei que a sua prima me encarava. Fiquei sem jeito, obviamente, e sorri fraquinho. Ela, no entanto, soltou um riso mais esbanjado, será que ela notou meus olhares para sua prima?
           -Vamos Juininho? -Os meninos ja se levantavam de suas cadeiras. -Ta aí olhando pro nada e não presta atenção no que tá acontecendo.
          -Hoje vocês tiraram o dia para me atormentar mesmo em. -Resmunguei ao Gil e eles deixaram o dinheiro da conta. Fomos até a saída e eu acenei para a garota, que ainda me encarava.
         -Espera! -Ela exclamou, se levantando. -Espera um pouco! -Os meninos me olharam e eu concordei, em atende-la. -Acho que você lembra de mim né? Você se importa em falar com a minha mãe?
           -Claro que não. -Ela me puxou para mais perto da mesa.
           -Eu disse mãe, que conhecia ele. -Sua mãe estava espantada com minha aproximação. -Essa é minha mãe, Marina!
           -Prazer dona Marina. -Estendi minha mão e ela apertou, depois depositei um beijo no seu rosto.
          -O prazer é todo meu. -Ela nem sabia o que dizer mais.
          -A Stella conhece ele, muito mais que eu.
          -Como assim Mayla?
           -Eles já se conhecem la de Barcelona. Stella me contou que o Luan vendeu um apartamento para o Neymar.
            -Ah sim! -Eu só sabia sorrir, simpático, ouvindo a conversa delas, mas minha curiosidade bateu mais forte, naquele momento, e as palvras saíram:
            -Aliás! Onde está o Luan? Não o vejo faz muito tempo. -Suas feições se transformaram rapidamente. Será que aconteceu algo?
            -Bom... Já faz um bom tempo... Que... -A Mayla parecia tropeçar nas palavras. -O Luan morreu! -Meus olhos se arregalaram, instantaneamente. Eu estava perplexo com o que acabara de ouvir.





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1.000 perdões pela demora. 
Mas não vou desistir dessa história, isso eu prometo!
Então, por favor, não deixem de acompanhar.